Descobrindo o número chocante de rastreadores em cada 10 sites visitados!
Logo UFC-Que Choisir © Alexandre Boero/este site
O UFC-Que Choisir divulgou nesta quinta-feira um estudo que expõe as práticas preocupantes de coleta e compartilhamento de dados online. Segundo a associação, um consumidor é rastreado milhares de vezes em apenas alguns sites visitados.
O UFC-Que Choisir divulgou recentemente um relatório preocupante destacando os perigos potenciais associados ao perfil generalizado de usuários da Internet para fins de publicidade intrusiva. Para mitigar estes riscos, o grupo de defesa do consumidor enfatiza a importância de garantir que os indivíduos tenham um controlo genuíno sobre as suas informações pessoais. Contudo, parece que esse controlo permanece actualmente indefinido.
A vigilância online expõe nossas vidas privadas a anúncios personalizados intrusivos
Os resultados das avaliações realizadas pelo UFC-Que Choisir revelam uma tendência preocupante. Nossa equipe de pesquisa examinou dez sites diferentes, incluindo aqueles pertencentes a 20 Minutes, Allociné, Cdiscount, Leboncoin, Le Monde, Marmiton, Orange, Program TV (Télé-Loisirs) e Yahoo.
Na verdade, a utilização destas plataformas resultou na divulgação de aproximadamente 4.000 conjuntos de informações a mais de 1.000 entidades terceiras distintas. Além disso, foi acumulado um total de 4.332 ocorrências, verificando-se que algumas organizações terceirizadas aparecem em vários sites desta rede.
Entidades terceirizadas, sem o conhecimento da população em geral, funcionam como provedores de publicidade online e corretores de dados. Utilizando a tecnologia de licitação em tempo real (RTB), que se tornou universalmente predominante, estas entidades geram perfis publicitários abrangentes que divulgam informações sensíveis sobre indivíduos, incluindo a sua situação financeira, hábitos de consumo e até mesmo bem-estar psicológico.
Captura de tela do site program-tv.net (Télé-Loisirs) © este site
Os obstáculos à eliminação de dados são reais
Os algoritmos utilizam estrategicamente padrões de navegação para gerar anúncios direcionados que exploram tendências individuais para compras impulsivas, aproveitando fraquezas percebidas e deficiências psicológicas. Os críticos argumentam que esta abordagem perpetua o estímulo contínuo dos consumidores, incentivando, em última análise, hábitos de consumo excessivos.
Quase oitenta e quatro por cento dos consumidores contemporâneos expressam desaprovação em relação à monitorização das suas atividades digitais. No entanto, apesar deste sentimento, as empresas recorrem frequentemente a tácticas que são consideradas dissimuladas para garantir a permissão, tais como utilizar configurações padrão obscuras ou apresentar aos utilizadores termos e condições complicados.
O desafio surge quando os internautas procuram exercer o seu direito ao esquecimento, pois é necessário navegar por um processo labiríntico repleto de obstáculos. A ausência de canais de comunicação ou o desrespeito aos pedidos de remoção por parte de mais de cinquenta por cento das entidades detentoras de informações pessoais complica ainda mais este esforço. Para responder a estas preocupações, o UFC-Que Choisir defende uma maior transparência relativamente à utilização de dados, capacitando os indivíduos com uma autonomia genuína sobre as suas informações.
Fonte: UFC-Que Choisir
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