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Rússia e China se unem para instalação de usina nuclear lunar

Publicado em 8 de março de 2024 às 14h10. por cabeçalho do artigo

A agência espacial russa Roscosmos confirmou, por meio de seu gerente geral Yuri Borisov, a assinatura de um acordo de parceria com a China com o objetivo de estabelecer uma usina nuclear na superfície da Lua.

O projeto consiste em entregar uma unidade de produção de energia à superfície da Lua com a China no horizonte 2033-2035. A instalação será utilizada para fornecer eletricidade às futuras bases lunares humanas que serão gradualmente estabelecidas.

De acordo com um pacto executado em 2021, ambas as nações firmaram um acordo de colaboração com o objetivo de estabelecer um centro de pesquisa extraterrestre na superfície lunar. Consequentemente, o último acordo relativo à instalação nuclear pode ser considerado como uma continuação lógica da aliança estratégica pré-existente que foi estabelecida entre a China e a Rússia.

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O anúncio surge sobretudo como um golpe de comunicação dos dois países, enquanto os Estados Unidos aceleram o seu programa Artemis com a ambição de enviar humanos de volta à Lua o mais rapidamente possível. Outro ponto de tensão para a Rússia e a China: o recente sucesso da empresa privada americana Intuitive Machines, que conseguiu colocar a sonda Odysseus na Lua há poucos dias.

Uma estação de energia para alimentar uma base estratégica

À luz do interesse renovado na exploração espacial, a Rússia intensificou os seus esforços no desenvolvimento de naves espaciais que utilizam propulsão nuclear. É relatado que todos os aspectos da tecnologia foram desenvolvidos com sucesso, com exceção do sistema de refrigeração necessário para o reator.

A China, por sua vez, está a planear três missões Change'6 a 8 para testar tecnologias-chave que serão comuns à Rússia na construção de uma base robótica para realizar experiências de investigação. A Rússia espera poder enviar cosmonautas à Lua até 2031.

China-Rússia: uma reaproximação devido à falta de acordo com o Ocidente

A aproximação entre a Rússia e a China sublinha os desafios enfrentados pela Rússia na prossecução do seu ambicioso programa espacial de forma independente, devido à falta de cooperação com os países ocidentais desde o início das hostilidades na Ucrânia. Consequentemente, Moscovo é obrigado a procurar colaboradores alternativos. Em contraste, a China encara esta parceria como uma oportunidade valiosa para aumentar as suas próprias capacidades de exploração espacial e acelerar o seu progresso tecnológico, apesar de possuir os recursos necessários. No entanto, a experiência de Pequim no domínio das viagens espaciais permanece relativamente incipiente e os seus esforços recentes foram prejudicados por uma série de contratempos.

Jornalista deste site especializado em impressoras 3D e novas tecnologias

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