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Devemos parar no 5G ou abraçar o futuro com o 6G?

/images/e4b25ec21967547d27b3e4e1b18f686fdc33cb1d3bc17e98dabd2299ef3c49ce.jpg Dois dados mostrando a transição de 5G para 6G © Andrzej Rostek/Shutterstock

A próxima geração de redes móveis 6G não está a gerar tanto entusiasmo como as suas antecessoras, ao ponto de questionar a sua legitimidade.

Embora as redes 5G sejam relativamente novas em França, tendo sido acessíveis ao público em geral há pouco mais de dois anos, espera-se que a sua implementação generalizada em toda a Europa e a nível mundial esteja concluída até 2030. Apesar deste prazo iminente, permanece cepticismo entre os especialistas quanto à necessidade de avanços tão rápidos, uma vez que os benefícios tangíveis associados à tecnologia 5G não conseguiram até agora ter um impacto significativo. Como resultado, pode-se ponderar a viabilidade da transição para esta nova rede.

Um 5G por enquanto ainda estéril

A evolução da telefonia está interligada com a progressão das tecnologias de rede móvel, com o SMS surgindo pela primeira vez durante a segunda geração (2G) e as capacidades de vídeo chegando com a terceira geração (3G). As redes de quarta geração (4G), embora discutidas com menos frequência, permitiram que os smartphones funcionassem como dispositivos de computação em miniatura, tornando-os uma escolha mais predominante em comparação aos computadores pessoais.

Embora o 5G possa ainda não ter experimentado uma transformação comparável à do seu antecessor, é importante notar que os operadores de redes móveis franceses investiram uma quantidade substancial de recursos na construção de novas infraestruturas para a tecnologia. Desde 2020, destinaram colectivamente 11 mil milhões de euros para a construção de novas antenas. Apesar destes esforços, no entanto, não houve um aumento proporcional nas receitas. Esta situação levou alguns profissionais da indústria a expressar dúvidas quanto à viabilidade e potencial retorno do investimento associado ao 6G.

/images/5864cc5d2438477bf39fa4ba564d9aa10002958b7a6ded628404d5aad2a56eca.jpg Em breve novas antenas 6G? ©Shutterstock.com

Inovação incremental em vez de salto geracional?

Bruno Zerbib, Diretor de Tecnologia e Inovação da Orange, forneceu uma perspectiva perspicaz sobre o desenvolvimento do 6G em entrevista ao Les Échos. Ele enfatizou que, embora o progresso em direção ao 6G deva continuar, não precisa necessariamente representar um salto geracional significativo em relação ao seu antecessor, o 5G. De acordo com Zerbib, os avanços alcançados até agora pelo 5G concentraram-se principalmente na melhoria da qualidade geral da infra-estrutura de telecomunicações do país.

Actualmente, a implementação da tecnologia 5G serviu principalmente para aliviar o congestionamento da rede nos sistemas 4G, segundo especialistas. Além disso, alguns comentadores europeus manifestaram preocupações relativamente ao ambicioso calendário para o desenvolvimento do 6G, defendendo, em vez disso, uma abordagem mais gradual. A Diretora de Pesquisa da BT, Maria Cuevas, já manifestou reservas quanto à viabilidade a longo prazo de um modelo que exige avanços contínuos a cada década, culminando em capacidades significativamente melhoradas em relação ao seu antecessor. Estes sentimentos podem ressurgir durante o próximo Mobile World Congress de 2024, em Barcelona, ​​onde se espera que mais críticas sejam levantadas.

Fonte: Les Echos

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