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Revelando os segredos espetaculares do episódio épico de Doctor Who"Wild Blue Yonder"

A segunda parcela comemorativa de seis décadas de Doctor Who já pode ser acessada pela plataforma Disney+. Após a conclusão de “The Star Beast”, uma aventura deixada incompleta por quinze anos, “Wild Blue Yonder” mergulha em um episódio típico da série em que um enigma desconcertante deve ser resolvido. Esta narrativa compartilha semelhanças com outras histórias como “A Biblioteca das Sombras”, “Um Passageiro a Mais” ou mesmo “A Conquista de Marte”. Porém, o que diferencia este episódio é a sua estrutura única, pois não é sempre que o Doutor e seu companheiro se encontram cara a cara (ou quase) com seus adversários.

O criador do último episódio, Tom Kingsley, compartilhou ideias sobre a concepção de Wild Blue Yonder durante um especial de bastidores. Apesar do aumento no orçamento devido à inclusão do Disney+ na produção, Doctor Who mantém sua essência ao contar tanto com efeitos práticos quanto com imagens geradas por computador.

Maçãs de Newton

Durante uma entrevista, o ex-astro de Doctor Who, David Tennant, provocou uma próxima sequência cômica envolvendo uma maçã e uma figura histórica, revelando seu encontro com Sir Isaac Newton enquanto este ponderava sobre o conceito de gravidade-ou “mavidade”, como ele se referia. No episódio real, a máquina do tempo para dentro de uma árvore, onde maçãs genuínas caem sobre o ator. Para evitar que qualquer dano lhe acontecesse, as maçãs utilizadas não eram reais, mas sim réplicas meticulosamente elaboradas que se assemelhavam muito às suas contrapartes autênticas.

Essas cenas não são “CGI”

O aspecto intrigante deste episódio em particular reside na revelação de duas entidades que mudam de forma, desprovidas de qualquer forma preexistente, que emergem das profundezas do espaço e gradualmente adotam os atributos e características físicas de Donna e do Doutor através da imitação. Esses seres eventualmente evoluem para réplicas exatas ou “doppelgängers” do par. O que diferencia essas criaturas é sua capacidade perturbadora de alongar seus membros e apêndices de uma forma alarmantemente desproporcional, resultando em seu grotesco aumento. Vale a pena notar que esta notável transformação é alcançada principalmente através do uso de adereços físicos reais, em vez de depender de imagens geradas por computador para obter efeito.

Durante a representação do falecimento do personagem, a utilização de efeitos visuais torna-se necessária para sua execução. Contudo, é importante notar que estes efeitos também complementam os aspectos tangíveis da cena. Por exemplo, quando Catherine Tate estava interpretando Donna Noble e foi posicionada dentro de uma cavidade escavada no set. Além disso, as manchas escuras que a cercavam eram substâncias adesivas aplicadas anteriormente durante as filmagens. Embora a aparência animada dessas marcas tenha sido gerada por meio de imagens geradas por computador (CGI), as presas grotescas exibidas pelos doppelgangers eram na verdade dispositivos protéticos usados ​​pelos próprios atores.

/images/protheses-doctor-who-1024x576.jpg Essas partes da encenação foram projetadas materialmente.//Fonte: Tom Kingsley

Quando as duplas ganham tamanho natural e ocupam todo o corredor, são imagens geradas por computador (CGIs). Porém, seu processo de crescimento começa com uma caixa de papelão comum, sobre a qual os performers se agacham e devem subir. A câmera então captura o movimento ascendente, criando uma ilusão de expansão. Esta técnica foi recebida com ceticismo pelos membros da tripulação até que um teste provou sua eficácia.

O cenário principal para o episódio com maior utilização de imagens geradas por computador no filme foi, sem dúvida, o amplo corredor central da espaçonave. A característica reconhecível deste ambiente é o seu cenário verdejante. De acordo com a observação de Kingsley, os únicos componentes genuínos nesta cena em particular envolvem interações físicas entre os personagens e os objetos. Por exemplo, uma esteira foi utilizada durante as sequências de perseguição para criar uma autêntica sensação de movimento.

/images/wildblueyonder-behind-doctor-who-1024x576.jpg O grande corredor tinha um fundo verde (para surpresa de: ninguém).//Fonte: BBC /images/wildblueyonder-doctor-who-behindthescenes-1024x576.jpg Mas todos os elementos afetados eram muito reais.//Fonte: BBC

As cenas foram modeladas em 3D antes das filmagens

Ao perguntar sobre o processo criativo por trás da incorporação da icônica sequência de perseguição de carrinho no filme, nosso estimado diretor divulgou que sua equipe dedicou um mês inteiro ao brainstorming de vários conceitos. Inicialmente, eles contemplaram transformar os vilões em seres serpentinos, macacos primordiais ou entidades semelhantes a aracnídeos. No entanto, depois de muita deliberação, foi considerado mais apropriado retratá-los como gigantescos colossos empenhados em uma emocionante perseguição. Esta seleção não convencional acabou provando ser a personificação ideal da excentricidade da série, tornando-a perfeita para o episódio em questão.

Para determinar a abordagem ideal para a criação de sequências específicas, como perseguições prolongadas, os cineastas utilizaram animações 3D preliminares. O diretor enfatiza que essas representações iniciais permitem alcançar uma “versão onírica”, que posteriormente requer a aprovação do showrunner e dos produtores executivos, uma vez que precisam garantir que os recursos e o cronograma permitam sua realização. Kingsley esclarece que as prévias oferecem uma oportunidade de experimentar várias ideias no início da produção, minimizando despesas.

/images/wild-blue-yonder-3d-1024x576.jpg As cenas foram modeladas em animação 3D antes das filmagens.//Fonte: BBC

Fantoches feitos à mão

Mantendo seu costume de longa data, a série de televisão Doctor Who apresentou manequins realistas em episódios comemorativos. Essas figuras são elaboradas em oficinas antes de serem animadas no set por meio da manipulação artística de marionetistas habilidosos. Um exemplo notável é o Meep de “The Star Beast”, que era um espécime físico real. Da mesma forma, o personagem robô conhecido como Jimbo, que apareceu em “Wild Blue Yonder”, também foi uma criação totalmente realizada, inteiramente feita de materiais tangíveis. Além disso, a representação do capitão alienígena estacionado fora de sua nave espacial no programa exemplifica essa prática, já que cada aspecto dessas construções intrincadas foi cuidadosamente concebido e executado na realidade.

/images/jimbo-doctor-who-behind1-1024x576.jpg Em todos os detalhes//Fonte: BBC /images/jimbo-doctor-who-behind2-1024x576.jpg Peças rígidas sendo lixadas.//Fonte: BBC /images/jimbo-doctor-who-behind3-1024x576.jpg O robô Jimbo envolve horas de trabalho meticuloso, à mão, para projetar o modelo.//Fonte: BBC

A última cena de Bernard Cribbins

A conclusão do episódio contou com o reaparecimento inesperado de Wilfred Mott, avô de Donna interpretado por Bernard Cribbins. Aos 93 anos durante as filmagens, apesar de originalmente estar programado para o episódio subsequente também, este marcou o desempenho final que ele conseguiu devido ao declínio de sua saúde. Este momento comovente adicionou ainda mais peso emocional aos espectadores ao assistir, servindo não apenas como uma despedida excepcional, mas também como uma homenagem a um dos personagens mais queridos de Doctor Who.

/images/wilf-doctor-who-final-scene-1024x576.jpg Wilf