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Reino Unido propõe proibição de atualizações do iOS para iPhones?

/images/update.jpg © Unsplash/Szabo Viktor

Numa carta aberta publicada pela techUK, um consórcio de empresas de tecnologia ao qual pertence, a Apple expressou publicamente a sua forte discordância em relação à política prevalecente que rege as práticas de vigilância generalizadas no Reino Unido.

Numa declaração recente, a estimada marca Apple expressou a sua desaprovação da legislação dos chamados “poderes investigativos” que foi proposta em todo o Canal da Mancha. A empresa solicitou uma reunião imediata com os legisladores responsáveis ​​pela elaboração deste projeto de lei, a fim de facilitar as revisões necessárias e garantir que a versão final esteja alinhada com seus valores e princípios.

A privacidade não existirá mais com esta lei

Em essência, a legislação acima mencionada procura permitir que as agências de inteligência britânicas monitorizem as comunicações privadas entre indivíduos que foram considerados suspeitos. Note-se que o âmbito desta vigilância não se estende à leitura indiscriminada de correspondências, pelo contrário, é preocupação da Apple que tal apropriação indébita possa ocorrer como resultado dos regulamentos propostos.

A questão da privacidade tem uma importância significativa no Reino Unido, com tentativas de promulgar legislação de vigilância que persistem ao longo de um período de uma década, embora encontrando oposição por parte de grandes empresas tecnológicas. Na verdade, já em 2016, foi implementada uma lei relativa aos poderes de investigação, que habilita as agências de aplicação da lei a obrigar empresas como a Apple a violar a encriptação que protege as informações de um determinado indivíduo.

No ano passado, foi apresentada uma proposta legislativa que visava proibir mensagens criptografadas de ponta a ponta dentro das fronteiras do país. Em resposta, a Apple deu a conhecer a sua intenção de descontinuar a prestação dos seus serviços na referida região, em vez de comprometer os recursos de segurança inerentes a tal criptografia.

Apple pressiona

Apesar do seu abandono oficial pelo governo britânico, as discussões e a elaboração de legislação alternativa continuam entre os membros do Parlamento. É possível que cheguem a um acordo sobre várias iterações da lei, a fim de agilizar as operações das agências de inteligência.

Uma preocupação potencial expressa na correspondência da Apple diz respeito à possibilidade de um estatuto futuro que possa impedir a capacidade das marcas de tecnologia, incluindo a Apple e os seus rivais, de fornecer patches de segurança dentro do país. Tal restrição impediria efectivamente a resolução de vulnerabilidades de segurança utilizadas pelas agências de inteligência para operações de vigilância encobertas.

Caso surjam circunstâncias em que legislação desta natureza seja promulgada no país, permanece incerto sobre como a Apple poderá responder. A empresa já havia manifestado a sua intenção de se retirar totalmente do mercado britânico caso a situação ultrapassasse o seu limite de tolerância. Tal resultado não pode ser excluído dado o clima actual.

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