Contents

As infinitas sequências de filmes de terror

O último capítulo da série Exorcista, que acaba de ser lançado nos cinemas, marca a sexta entrada da franquia. Os filmes de terror, como gênero, são conhecidos por sua capacidade de produzir continuamente novos conteúdos, sem nunca chegar a uma conclusão verdadeira.

Se os fãs da Marvel e de Star Wars reclamam das repetidas sequências, um problema semelhante afeta o cinema de terror: Halloween, uma das sagas mais cult do gênero, tem por exemplo 13 episódios, seguido de perto por Sexta-Feira 13 e seus 12 filmes, bem como Hellraiser (11 partes desde 1987). Ainda mais surpreendente é que alguns desses longas-metragens não são sequências diretas, mas são baseados na conclusão do episódio fundador, como O Massacre da Serra Elétrica da Netflix ou A Devoção Exorcista. Ao querer reviver sagas emblemáticas continuamente, o cinema de terror parece estar num impasse. Uma tendência que pode ser explicada pela “obsessão cega pela nostalgia que guia Hollywood há vários anos”, afirma Widescreen. E ultimamente quem pagou o preço foi a grande saga O Exorcista, com a última parte lançada em 11 de outubro de 2023.

/images/1697810662-3746-capture-d-ecran.jpg

Criticado, mas adorado

“O último O Exorcista foi dirigido por David Gordon Green e produzido por Jason Bloom, foi a dupla que refez a triologia Halloween, com o retorno de Jamie Lee Curtis (o intérprete de Laurie Strode, nota do editor)” observa Laetitia Forhan, jornalista em Allociné. Embora o Halloween de 2018 tenha sido um verdadeiro sucesso de crítica (79% no Rotten Tomatoes) e comercial (US$ 259 milhões de bilheteria), esse não é o caso de Devotion, que “sofre comparação com o original”. No Rotten Tomatoes, site de referência em resenhas de filmes, a opinião geral não é gentil, com 22%. O filme é criticado em particular por “desperdiçar constantemente o seu potencial” e “por ser aborrecido”, mas Laetitia Forhan aponta dois outros problemas: um excesso de projectos sobre exorcismo – no sentido lato – lançados nos últimos anos e a abordagem desajeitada para ligar A Devoção Exorcista ao original de 1973.

Só que, apesar das críticas claras, A Devoção Exorcista está indo muito bem nas bilheterias: arrecadou 27,2 milhões de dólares em seu primeiro fim de semana (orçamento de 30 milhões). E na verdade é uma “anomalia” que afeta muitos filmes de terror que tiveram bom desempenho recentemente: Insidious: The Red Door, o último capítulo da saga homônima, não convenceu a imprensa, mas arrecadou mais de 188 milhões de dólares. Então, como podemos explicar essas críticas negativas? Hoje, o público “se assusta menos e é muito mais exigente” explica o diretor David Gordon Green (A Devoção Exorcista) ao microfone de Allociné. É por isso que novos projetos estão prosperando.

/images/1697811590-8293-capture-d-ecran.jpg

Reinventando o medo

/images/1697811225-7433-capture-d-ecran.jpg

Embora as franquias cult sejam as mais conhecidas do grande público, novos projetos se destacam na multidão. A razão ? Um novo conceito que quebra os “códigos” dos clássicos do terror. Por exemplo, podemos citar A mão, onde adolescentes concordam em ser possuídos para postar vídeos nas redes sociais. Do lado de Bárbaro, lançado apenas na Disney\+, acompanhamos uma jovem que descobre coisas estranhas em seu Airbnb. Mesmo que “não sejam filmes que fazem sucesso de bilheteira”, agradam ao público e têm “bom boca a boca nas redes sociais”, nota Laetitia Forhan.

Em suma, surgem novos mestres do terror. Podemos citar Jordan Peele: primeiro ator e depois diretor de Get Out, lançado em 2017. Um verdadeiro sucesso, gerando mais de 257 milhões de dólares para um orçamento de 4,4 milhões. Porém, o tema foge das convenções, num mundo opressor onde o racismo está no centro da trama. O mesmo se aplica a Heredity And Midsommar, que tornou Ari Aster famoso. Aqui, é a atmosfera original que tem precedência. Seu segundo longa-metragem se passa em uma festa sueca em plena luz do dia. Para que os oprimidos funcionem, “tem que ser um filme moderno, com o qual o público possa se identificar” explica Laetitia Forhan.

/images/1697811225-2089-capture-d-ecran.jpg

Assine a Disney\+

Voltando ao básico

Apesar de tudo, as grandes franquias ainda estão na vanguarda em Hollywood. Do Halloween tem o Exorcista, passando por Hellraiser, muitas sagas acontecem por lá. Aqui, os espectadores “já conhecem as personagens” e é “um pouco como um filme de conforto que gostamos de voltar a ver” admite o jornalista do AlloCiné. É também uma forma de “conectar-se a uma aposta segura” para os fãs de terror.

/images/1697811225-5914-capture-d-ecran.jpg

Um “brinquedo macio” que também diz respeito a novas franquias. Um dos mais emblemáticos da década de 2010 é Conjuring – composto por três partes e cinco spin-offs. Embora alguns filmes sejam criticados pelos fãs, eles continuam sendo um sucesso comercial. Lá Nun, uma prequela, traz Valak – figura emblemática da franquia – e foi um verdadeiro sucesso de bilheteria. Com um orçamento de 22 milhões de dólares, arrecadou mais de 365 milhões. No entanto, os críticos atribuem apenas 1,8/5 no AlloCiné e apenas 24% no Rotten Tomatoes. Se for surpreendente, a explicação deste fenómeno é explicada por Laetitia Forhan: “As pessoas vão lá porque sabem o que esperar (…) traz novidade ao mesmo tempo que nos liga a algo que já conhecemos”. Mesmo que certos projetos estejam indo bem, parece que as grandes franquias sempre terão o controle do cinema de terror.

Esta página contém links afiliados para determinados produtos que a JV selecionou para você. Cada compra que você fizer clicando em um desses links não custará mais, mas o e-comerciante nos pagará uma comissão. Os preços indicados no artigo são aqueles oferecidos pelos sites comerciais no momento da publicação do artigo e esses preços podem variar a critério exclusivo do site comercial, sem que a JV seja informada. Saber mais.

*️⃣ Link da fonte:

de Allociné , Assine Disney\+ ,